sexta-feira, 25 de março de 2011

Tentando disfarçar

O destino, teimoso, trouxe você pra mim,
A felicidade chegou, o samba nasceu,
Sem avisar você se foi e à melodia morreu,
A tristeza emudeceu meu bandolim,
Tirou tudo seu de havia em mim,
Só não tirou esse amor, que aqui nasceu,
Perdi a harmonia, a rima do meu verso,
Teu sorriso era a poesia que eu sabia ler,
Hoje a saudade é tudo que eu posso ter,
Aquela flor que te dei há tempos secou,
Parece que com ela levou teus carinhos,
Antes escrevia com amor, querendo impressionar,
Hoje passo a dor para o papel, tentando disfarçar.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Onde estavas?

Onde estavas quando em meu leito me punha a chorar?
O que fizeste com o amor que no meu peito fez brotar?
É pecado fazer nascer um amor e dele não cuidar,
Fazer os sorrisos virarem lágrimas que não irá enxugar,
Os beijos que deste, nas lembranças viraram saudade,
Aliás, tudo aqui virou saudade, nostalgia, ressentimento,
Há pouco estava aqui, hoje só te trago no pensamento,
A solidão chegou no exato momento em que você se foi,
É o preço que pago por te amar, por em vão te querer,
Por ter esperança nesse amor que rapidamente vi nascer,
E que tão rápido quanto, no teu coração fez morrer.

terça-feira, 22 de março de 2011

Poema do Adeus

Já passaste da hora, tens de ir embora, acabou o amor,
Alias, acho até que sua hora há muito passou, só resta dor,
Meu corpo não reage ao teu, minha mente já te esqueceu,
Aquela flor murchou, a ferida cicatrizou, a paixão morreu,
O desejo feneceu, agora com respeito peço que se vá,
Não quero nada, somente que me tire de seu coração,
Sem querer nele fiz morada, não é justo, não habitas o meu,
Siga sua estrada, chore, esse é custo, custo que já paguei,
Minhas lágrimas o tempo secou, as tuas também secarão,
Não me faça perguntas, não peça perdão, pois nada fez,
Não mudarei de idéia, pegue sua roupa e saia de uma vez.

Samba pra distrair XXIX

Fósforo Queimado
Paulo Menezes, Milton Legey e Roberto Lamego

Hoje eu não te quero mais
Eu preciso de paz
Já cansei de sofrer


Vives na rua jogado
És um fósforo queimado
Atirado no chão


Tu para mim és ninguém
Procure um outro alguém
Que te ajude a viver


Pouco importa
Que sofras assim
Zombastes de mim
Precisas sofrer


Em vez de tentares a sorte
Procuras a morte
Eis a gorjeta deixada
Em um botequim


Foste cruel para mim
Não te lembras agora
Hoje não me interessa
Se sofres assim

.

sábado, 19 de março de 2011

Soneto Nº 65

Você sabe o que é olhar para alguém e ver a felicidade?
Saber que pode amar, viver bem, ter total cumplicidade,
Ter certeza que vai se perder, e mesmo assim se jogar,
Querer estar perto, sentir o abraço, só pensar me amar,


O toque, carinhos, o beijo, tudo isso só aumenta o desejo,
Mesmo estando apenas nos sonhos, nas lembranças,
O tempo passa e você não chega, solidão é tudo que vejo,
Meu coração cansado está perdendo todas as esperanças,


Durmo e minha imaginação teimosa te traz pra mim,
Revejo a felicidade, só com você me sinto assim,
O teu gosto, os dedos deslizando em teus cabelos,


No fundo eu sei que é um sonho, e que irá acabar,
Entorpeço-me em teus carinhos, e sei que só assim vou tê-los,
Mas no fundo o que eu queria mesmo era não mais acordar.

segunda-feira, 7 de março de 2011

...

Hoje enfim pude ver que o teu olhar não se encontra com o meu,
Já consigo ver que não sou eu o causador do teu sorriso,
E que também não sou quem enxuga teu pranto,
quero-te tanto, que nos meus sonhos és sempre a atriz principal,
Porém na vida real, não sou eu quem amarrota teu vestido,
Não sou eu quem toca seu rosto, Nem quem teu cabelo afaga,
Muito menos por quem de amor teu coração se embriaga,
O destino é carrasco, e sempre te tira de mim rapidamente,
Mesmo não podendo me tirar o que nunca foi meu.