terça-feira, 30 de março de 2010

Soneto Nº 59

Seu olhar me dá a certeza que não posso pensar em desistir,
Somente o amor que sinto já não é suficiente para te seguir,
Às vezes me vejo em guerras homéricas com meu coração,
Querendo não sentir, pedindo a todos os deuses o seu perdão,

Não adianta mais pedir, só a você quero seguir, mesmo sem querer,
No breu de minhas lembranças, são só seus olhos que consigo ver,
Depois de meses em turbulentas águas, no seu abraço encontro o remanso,
Noites sem fim em lutas com a saudade, teu peito seria enfim meu descanso,

Teu abraço é o acalanto que minha alma precisa, necessidade primordial,
Teu encanto ainda é o mesmo de tempos atrás, beleza transcendental,
Tua mão leva-me ao céu ao me tocar, é mágica, feitiço do amor,

Quando partiste entristeceste meu semblante, do meu céu tirou a cor,
Você já foi meu amor, hoje tu és a flor que falta em meu jardim,
Cansei de me contentar com tuas migalhas, hoje só quero ouvir teu sim

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domingo, 28 de março de 2010

Insônia

Na madruga sinto teu cheiro em todos os meus travesseiros,
Lembranças ainda frescas, mesmo tendo passado meses inteiros,
Andanças, que em nada me fazem esquecer nossas lembranças,
A solidão é quase um desespero, saudade que nunca passa,
Os temores são os mesmos, a felicidade quando vem é escassa,
A cidade lembra você, o vento, a chuva tudo que vai ou passa,
Samba, prosa ou poesia, qualquer palavra é pra você, qualquer verso,
Ainda imerso no mar de amor que me afoguei e não sei me salvar,
Há tempos desaprendi a viver, só sei te amar.

#toma

quarta-feira, 24 de março de 2010

Poder Hipnótico

Ao te ver, não consigo entender tamanha beleza,
Fico hipnotizado, não consigo pensar com clareza,
Perco a razão, e de nada o coração tem certeza,
Tento seguir, e sempre me pego te olhando,

Ali parado, quase extasiado com seu encanto,
Fico ali parado no meu canto, quase sem reação,

Querendo dominar o coração, controlar a emoção,

Sua boca a minha atrai, e dela não consigo mais fugir,
Mesmo que conseguisse, não teria pra onde ir,

Os caminhos novamente se cruzaram
E não querem nem conseguem se separar

quinta-feira, 18 de março de 2010

Samba pra distrair XIX

De Todas as Maneiras
Chico Buarque

De todas as maneiras que há de amar
Nós já nos amamos
Com todas as palavras feitas pra sangrar
Já nos cortamos
Agora já passa da hora, tá lindo lá fora
Larga a minha mão, solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão

De todas as maneiras que há de amar
Já nos machucamos
Com todas as palavras feitas pra humilhar
Nos afagamos
Agora já passa da hora, tá lindo lá fora
Larga a minha mão, solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão

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terça-feira, 16 de março de 2010

Eterno Retorno II

Começar de novo,
Reler os mesmos poemas,
Temer os mesmos temores,
Recusar antigos favores,
Remoer antigos rancores,

Recomeçar,
Atirar-se em meio à faísca,
Lançada do já gasto e pálido coração,
De quem agora lhe vê como irmão,
De quem você já não tem o perdão,
De quem você ainda pensa, em vão,

Começar de novo,
Gostar de tudo o que gosta o povo,
Circundar o que antes era lodo,
Esquecer a cama, mudar a trama,
Engolir o drama, degustar a lama,
Tentar de todas as formas se reerguer,

Recomeçar,
Pra quem sabe um novo amor encontrar,
De novo o céu visitar,
As trombetas dos anjos escutar,
E depois...
De novo o inferno visitar,
De novo como um tolo acabar,
Inebriado, dilacerado, como um cachorro, jogado, na sarjeta.



Do caralho.

domingo, 14 de março de 2010

Samba pra destrair VIII (Republicação)

Trocando em Miúdos
Chico Buarque / Francis Hime


Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim!
O resto é seu

Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis
As nossas melhores lembranças

Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter

Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado

Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu

Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde.


Esse é um dos sambas mais lindos do chico, na minha humilde opinião.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Eterno Retorno

Nessas idas e vindas dessa estranha e quase sempre infortuna vida,
Nesse emaranhado de sentimentos que ela por maldade nos oferece,
Que teimamos em nos enveredar, e por tabela, sempre nos machucar,
O mais traiçoeiro é o amor, ele sempre retira por completo a razão.
Toma de açoite o coração, retira o ar, faz tudo ser sempre em vão,
O amor é maravilhoso, mas também pode ser mesquinho e egoísta,
Não existe caminho certo, por mais que seja obvio ou a cabeça insista
Ao perdemos um amor, nada tem beleza, na há como pensar com clareza,
Lutar é inútil, se iludir com algum delírio fútil é para si mesmo mentir,
É no abismo da ilusão se jogar, na infindável tristeza cair, sem se salvar,
O mais certo é a tristeza viver, até outro amor encontrar, pra voltar a sofrer.

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quarta-feira, 10 de março de 2010

Saudade II

Saudade corta o peito do mais forte,
Deixa qualquer um sem norte,
Faz preferirmos a morte,
Esmaga o semblante outrora de alegria,
Amplifica ainda mais a madrugada fria,
Destrói os sonhos e me traz a nostalgia,
Controla o tempo, fazendo-o torturante,
A dor vem a todo instante, é cruel,
Já nem vejo direito as cores do céu,
Desse amor virei réu, e a saudade fui condenado.

À amiga

Conselheira, a amiga que segura os momentos de depressão,
Aquela que da força, e que diz coisas que acalmam meu coração,
Mas que é sempre sincera, me fazendo confrontar a realidade,
Destrói qualquer mau sentimento que existia com seu sincero sorriso,
Está presente a qualquer momento, cedo ou tarde, sempre que preciso,
Dá coragem a minha alma às vezes covarde, e continuamente triste,
Pra ti, mostro alguns sonetos tristes que guardei na gaveta,
Pra você minha amiga, que carinhosamente chamo de “preta”


poema pra minha amiga Fernanda, um ser humano que merece o maior respeito do mundo, linda por dentro e por fora.
Promessa é divida o/

terça-feira, 9 de março de 2010

Soneto às mil e novecentas horas

Oh luz que penetra forte ceifando a malfadada escuridão,
Queria eu que com tal força tu trouxesse minha amada,
E acabasse com essa dor que consome meu pobre coração,
Talvez com tal ato, tu recuperaste minha alegria retirada,

Essa minha tristeza que você diz infundada, é real e completa,
Ela vem da alma, que só com você de felicidade ficava repleta,
Alma esta que hoje já nem consigo precisar se ainda existe,
Não há amor ou felicidade, somente a vida que ainda resiste,

Seus beijos eram meu alimento, e da fome do amor hoje padeço,
Não te culpo, afinal todo esse mal que sinto, certamente mereço,
Volta e meia meus pensamentos teimam em viajar, e toco sua face,

A saudade é um mal incurável, por mais que o tempo inutilmente passe,
Contáveis sorrisos nessas pouco mais de mil e novecentas badaladas,
E nesse mesmo tenebroso tempo, incontáveis lagrimas despejadas.

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sábado, 6 de março de 2010

Samba pra distrair XXII

Errei
Sururu Na Roda

Errei
Por minha culpa não te dei valor
Eu sei
Que machuquei o seu coração
Mas fui
Iludido por um falso amor
Que causou muito sofrimento e dor
E agora vejo a minha ingratidão

Volta pra mim (Volta pra mim)
Não faz assim (Não faz assim)
Nossa estoria de amor
Não pode ter sido em vão

Pois sem você (Pois sem você)
É tão ruim (É tão ruim)
Hoje eu venho te pedir perdão

Me perdoa meu bem
Que a saudade é tamanha
Se me deixa ficar
Eu prometo a você, serei só seu amor
Se você quiser
Largo da bohemia pra me redimir
Pois o nosso amor
É mais forte que o erro que eu cometi

Errei...

Soneto distante

Quando penso em você, penso em nós dois, a perfeita união,
Mas os pensamentos são só loucuras, não há exatidão,
Sigo perdido, sem metade do coração, e sem felicidade qualquer,
Toda a que eu tinha com você se foi, a dor está comigo onde eu estiver,

Nosso amor no tempo você esqueceu, deixou o mundo o levar,
Não consigo teu amor reconquistar, você não quer no amor acreditar,
Tudo o que fiz foi chorar, agora só o que me resta é desatinar,
Enlouquecer, desesperar, estados que me acostumei a estar,

Quando te vejo, mesmo distante, ainda vejo o meu amor,
Querendo com o fundo da minha alma sentir o teu calor,
Mesmo em vão, infelizmente só consigo te amar,

Tentei de todas as maneiras me retratar, até sem querer,
Você não consegue mais conjugar o verbo perdoar,
E eu, perdido em meio à tristeza, esqueci o verbo viver,

sexta-feira, 5 de março de 2010

Samba pra distrair XXI

Eu Não Consigo Ser Alegre O Tempo Inteiro
Wander Wildner


Você sempre surge em minha mente
Sempre você e ninguém mais
É de você que eu me lembro
Sempre você e ninguém mais
E ninguém mais, e ninguém mais

Eu sempre tento e não consigo
Então as vezes quando a noite chega
Eu fico só comigo mesmo
E só me resta a saudade como companhia
Como companhia

Eu não consigo ser alegre
O tempo inteiro
Eu não consigo ser alegre
O tempo inteiro
Eu não consigo

Você sempre surge em minha mente
Sempre você e ninguém mais
É de você que eu me lembro
Sempre você e ninguém mais
E ninguém mais, e ninguém mais

Você diz que não me quer mais
E que agora eu sou seu grande amigo
Você me quer só a metade
Mas pra mim você está em toda a parte
Em toda a parte

Eu não consigo ser alegre
O tempo inteiro
Eu não consigo ser alegre
O tempo inteiro
Eu não consigo

Eu vo fazer o iê-iê-iê
Eu vo fazer o iê-iê-iê
Eu sou o rei do iê-iê-iê

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Lembranças

Meus olhos vermelhos de tanto por você chorar,
Meus braços desconsolados por não ter o teu abraço,
Ainda te amo, digo sem pestanejar, sem o menor embaraço,
Mesmo tentando, até hoje não pude desfazer esse laço,
Sem você todo dia morro, só de pensar em você renasço
Minha alma desfalecida quase sem forças por você grita,
Você não responde, ignora o grito que o amor no céu grafita,
Esconde do mundo um belo espécime do verdadeiro sentimento,
E para mim continua sendo um tormento, não te ver ao lado,
Desesperado, agora te vejo até em meus pesadelos,
Apaixonado, sempre te vi em meus sonhos.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Samba pra distrair XX

Rugas
Nelson Cavaquinho

Se eu for pensar muito na vida
Eu morro cedo, amor
Meu peito é forte
Nele eu tenho acumulado tanta dor
As rugas fizeram residência no meu rosto
Não choro
Pra ninguém me ver sofrer de desgosto

Eu que sempre soube
Esconder a minha mágoa
Nunca ninguém me viu
Com os olhos rasos dágua
Finjo-me alegre
Pros meus prantos ninguém ver
Feliz daquele que sabe sofer.

Salve Nelson Cavaquinho, salve Mangueira...

Poesia sem titulo.

Já não caminhas na mesma estrada que eu,
Já não sente aquele amor, que sabia que era só teu,
O meu, ainda é o mesmo, ainda é muito forte,
Continuar assim, juro que prefiro a morte,
Para mim, o tempo teima em passar,
Ainda sinto seu calor, só aumenta meu penar,
Meu peito é só dor, só penso em te amar,
A cada verso sinto minha alma inflamar,
no meu jardim, ainda vejo minha flor,
A cada passo que você dá sem mim,
A cada anoitecer prevejo meu fim,
Nos meus sonhos você só diz sim,
Tento, mas só consigo pensar assim,
A saudade não me deixa ver que você se foi.