quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Essa Lua que nos Persegue (ou soneto 62)

”Essa lua parece que nos persegue” você sutilmente me falou,
Ainda hoje olhamos para ela juntos, depois se foi e me deixou,
Sem rumo pela noite te procurei, em outros braços te encontrei,
Ensandecido pairando em versos sem razão, na solidão mergulhei,

Você, linda, diz que não me esqueceu e que quem errou fui eu,
Nada mudará o passado, mas tudo pode ser perfeito no futuro,
Ainda vejo no seu olhar o amor, e ele é do tamanho do meu,
Fingi alegria em dias angustiosos, mas só com teu abraço me curo,

Hoje com meu remédio tive segundos de alegria, mas de novo desfaleço,
Do mundo me esqueço, e novamente só lembro de você, pretinha,
De quando era só minha, e hoje até sei que essa dor eu mereço,

No papel escrevo como há tempos não escrevia, assim sem querer feneço
Dói ver mais um poema ser jogado na latrina, já que não és mais minha menina,
Um mês longe só multiplicou a saudade, não te esqueci, esse amor ainda me alucina.

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